quinta-feira, 26 de julho de 2012

Passa a mensagem??Detesto




"A Umbanda ou o Candomblé é uma religião livre e aberta a todos, ou seja: livre, pois não se prende a uma doutrina exclusiva e restritiva, permitindo a cada ramificação e a cada terreiro, exercerem a sua própria doutrina e seus próprios fundamentos de acordo com seus guias espirituais; aberta, pois recebe a todos sem preconceito de crença, cor, status social ou económico, ou preferências sexuais.
As casas de Umbanda estão sempre com suas portas abertas a todos, se motivando pela caridade no ajudar ao próximo e na educação moral e espiritual do ser humano.
O “código moral” se baseia no respeito às diferenças, no respeito a todas as crenças, e a todas as formas de praticar a religião de Umbanda ou Candomblé que existem no mundo. 
Sem preconceito, a Umbanda e o Candomblé acolhem a todos e a todos tem uma palavra de força, de fé de conforto. Porém, os terreiros não são perfeitos, pois o material de trabalho dos Guias e Orixás somos nós, seres humanos que têm defeitos, manias, maus hábitos, defeitos morais e espirituais que os Guias têm de conviver, e, aos poucos, quando a matéria permite modificações, eles as fazem de bom grado, mas sabendo que nem tudo é passível de mudança. Só tempo é com muita paciência e boa vontade (com uma dose de determinação e aceitação do médium) é que as mudanças podem ocorrer.
Um dos piores defeitos morais colectivos que pode existir dentro de um terreiro é a “fofoca”, e, com ela, as intrigas. Se existem fofocas isso demonstra que também existem inveja, ciúmes, vaidades, soberba ... Ou seja, uma série de maus modos que têm como termómetro a fofoca.
Normalmente o “médium fofoqueiro” não faz essa prática por mal. Ele a faz por um vício que traz de casa, do convívio familiar e que não foi corrigido em tenra idade, e que acaba se tornando um vício que persegue a pessoa dentro da própria família, em suas relações pessoais, no trabalho e, infelizmente, dentro de uma casa espiritual (não só nos terreiros de Umbanda e Candomblé, mas nas casas espirituais em geral: Igrejas, Centros Kardecistas, Terreiros de Candomblé etc).
O “médium fofoqueiro”, muitas vezes, não tem idéia do mal que acaba fazendo, pois se torna compulsivo e involuntário nas palavras (a língua acaba sendo mais rápida do que o pensamento racional e moral). Com isso acaba gerando desconforto dentro do ambiente do terreiro, pois finda no jogo cruel e imoral do “jogar uma pessoa” contra as outra, ou outras; amigos contra amigos, irmãos contra irmãos; Pai/Mãe de Santo contra o ou os filhos; os filhos contra o Pai/Mãe de Santo. Ou seja, gera um caos, onde o “médium fofoqueiro” fica olhando e se divertindo com tudo aquilo, sem dar conta do estrago que está fazendo.
As situações podem chegar a um ponto tal que as próprias “entidades” do “médium fofoqueiro” passam a absorver esse mal, ou o médium passa a ser anímico a tal ponto que suas “entidades” passam a também fazer fofocas, tais como: “tem uma pessoa aqui no terreiro que diz ser sua amiga, mas que vai te passar a perna”; “você deveria tomar cuidado, pois tem gente aqui dentro de olho no(a) seu(ua) homem/mulher”; “o cavalo de fulano fez aquelas obrigações, mas o seu não faz ...”.
Essas situações são terríveis e acabam marcando o próprio médium, e, sem dizer, as suas “entidades”, pois acabam, ele/ela e as entidades, perdendo a credibilidade, a confiança. Nesse ponto, onde antes havia “o veneno pernicioso da fofoca” gerado pelo médium, ele acaba colhendo o próprio fel que plantou. Caindo em desgraça diante dos irmãos e da própria assistência, fazendo com que o Guia chefe da casa ou o próprio sacerdote chefe, acabe tendo que tomar medidas drásticas, como: a suspensão, a bronca pública ou mesmo a expulsão do médium do terreiro.
Porém, como lidar para que as coisas não cheguem a um ponto extremo de ter que expulsar um “médium fofoqueiro” de um Terreiro?
Inicialmente as queixas devem ser levadas ao Guia chefe da casa e/ou ao Sacerdote de comando do Terreiro, para que ele possa avaliar essas queixas. Caso as mesmas sejam pertinentes, o “médium fofoqueiro” deve ser chamado, tendo em vista que a pessoa não faz essa prática por ser ruim, mas porque tem problemas diversos (baixa estima; ciúmes inexplicáveis; é muito possessivo e não aceita dividir ou ter perdas; problemas de relacionamento em casa: marido, pais ou filhos; é uma pessoa, muitas vezes, amarga com a vida e com as pessoas em volta dela, frustrada nos relacionamentos pessoais, nos relacionamentos familiares, no trabalho ou com sua própria aparência etc). Assim deve-se tem muito tato para conversar com o médium para que ele não se sinta perseguido ou constrangido (Normalmente o “médium fofoqueiro” e uma pessoa que se sente perseguida diante de qualquer problema, principalmente dentro daqueles que ela tenha provocado – isso é uma forma de autoproteção ou fuga do problema. Também se sente constrangido por qualquer motivo e diz, gaguejando, que não foi ele/ela colocando a culpa em outrem ou em ciúmes e invejas; chora copiosamente ou, em casos de fuga, se deixa receber um kiumba que diz que “vai levar, foi trabalho mandado ou algo do gênero”, fazendo muito estardalhaço e sendo agressivo). No todo a conversa deve ser franca é concentrada no problema colocado e se a pessoa tem idéia do que fez, buscando-se sempre os motivos (coerentes ou não).
O “médium fofoqueiro” deve entender que aquele tipo de prática não pode existir dentro do terreiro, ficando claro que punições são dadas a esse tipo de prática, podendo chegar à expulsão. Caso as coisas tenham ido para o lado dos Guias do “médium fofoqueiro”, os mesmos devem ser convocados e chamados à atenção, pois não estão cuidando do “cavalo” devidamente, e, acima de tudo, estão permitindo o animismo e a falsa espiritualidade residirem no médium.
O sacerdote também deve buscar saber o estado espiritual e mental do médium para que ele possa ser tratado e/ou cuidado (se for espiritual no espiritual, o Guia chefe da casa deve ser consultado para ver o que pode ser feito em termos de descarregos, banhos, oferendas e/ou obrigações; se for no material/mental, deve-se indicar um Guia da casa para acompanhar o médium, e, dependendo da gravidade do problema, um psicólogo, terapeuta ou mesmo um psiquiatra, deve ser recomendado).
O “médium fofoqueiro” deve ser sempre monitorado até que os problemas sejam sanados, e o bem estar volte à comunidade como um todo.
O trabalho espiritual é constante e não adianta acreditar que as coisas irão se resolver sozinhas ou pelo Astral Superior. Esse é um pensamento muito comodista, pois as coisas dos homens, em geral, são resolvidas pelos próprios homens ou com apoio e intervenção da espiritualidade através dos Guias. Se as coisas são deixadas de lado por medos vários, elas tendem a crescer a um ponto do insuportável, onde acabamos tomando medidas ou posicionamentos extremos, onde poderíamos ter uma acção mais preventiva ou pró-activa para evitar ou sanar os problemas.
E por falar em Fofoca ou Maledicência gostaria de esclarecer que é o ato de falar mal das pessoas. Definição bem amena para um dos maiores flagelos da Humanidade. Mais terrível do que uma agressão física. Muito mais do que o corpo, fere a dignidade humana, conspurca reputações, destrói existências. Mais insidiosa do que uma epidemia, na forma de boato – eu “ouvi dizer” – alastra-se como rastilho de pólvora. Arma perigosa, está ao alcance de qualquer pessoa, em qualquer idade, e é muito fácil usá-la: basta ter um pouco de maldade no coração.
Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Diminuir o valor dos outros dá ao maledicente a grata ilusão de aumentar o próprio valor. A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalorizar dos outros. Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz. São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
Tribunal corrupto, nele o réu está, invariavelmente, ausente. É acusado, julgado e condenado, sem direito de defesa, sem contestação, sem misericórdia.
De todos os males que afligem uma Casa Umbandista, o pior de todos é a maledicência, popularmente conhecida como fofoca.
"Você viu fulana? Vem aqui no Terreiro só pra olhar a vida dos outros."
"É mesmo. Detesto gente assim"
"E sicrana? Você viu a roupa que ela está usando? Horrorosa."
Em todo terreiro a conversa se repete. Quem nunca fez um comentário malicioso sobre um irmão de santo?
Embora possam parecer inofensivos, esses comentários de canto de boca acabam prejudicando a todos e principalmente a Gira. Sem falar na corrente que fica totalmente enfraquecida.
A fofoca é sempre negativa. Não existe fofoca boa. Quase sempre ela é motivada pela inveja. Ela rouba a energia, tempo e o axé do terreiro, conquistado com tanto sacrifício.
É usada geralmente pelas pessoas mal sucedidas na vida, seja no campo material ou no espiritual. A pessoa de sucesso não está preocupada em criticar os outros. Esta focada na realização e não na opinião.
Não é só na Umbanda que ela está presente. Está presente em todas as outras religiões. E também em outros sectores da vida social: no trabalho, na escola, na família, etc. 
Os estragos que ela trás podem ser irrecuperáveis, por isso é obrigação de todos cuidar para que ela acebe ou pelo menos seja minimizada. 
O primeiro passo, se você não quer ser alvo disso, é abster-se de emitir comentários a respeito de outras pessoas. É a tal história: se cada um fizer a sua parte.
Mas não temos como controlar a língua do outro. Mas nem por isso devemos retransmitir o que eles pensam. Assim sendo, evite de se prestar ao trabalho de "mensageiro de fofocas": se ouviu, entra por um ouvido e sai pelo outro, ou seja, esqueça!"






retirado internet

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Osún minha mãe




Diz a Wikipédia acerca deste Orixá que:
"Oxum é um orixá feminino da nação Ijexá, adoptada e cultuada em todas as religiões afro-brasileiras. É o Orixá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza. Em Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época. 
Na natureza, o culto a Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos, identificados por chorões.

No Candomblé Ketu - Divindade das águas docesOxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos."


Características dos filhos de Oxum
"Dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar as suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na procura dos seus objectivos.
Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem as suas finalidades; atrás da sua imagem doce esconde-se uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social.
Têm uma certa tendência para engordar, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado combina com eles. Gostam de festas, vida social e de outros prazeres que a vida lhes possa oferecer. Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos.
Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém.
Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro.
O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso, algumas das maiores Yalorixás da história do Candomblé, tenham sido ou sejam de Oxum."

Confesso que não estava preparada para ser surpreendido com o facto de ter como Orixá de cabeça, minha mãe Oxúm. Mas hoje olhando para trás, vejo que nem podia ser de outra forma. Vivi muito e passei por muito para que pudesse ser diferente. No fundo algo já me dizia que seria assim, algo me tocava e me mostrava o dourado da vida. Sei que o caminho é longo e sinuoso, mas com uma companhia  como esta, o caminho tornar-se-à mais fácil.  Fui abençoado por ter como Santo de cabeça minha querida mãe Oxúm e como ajuntó meu pai Obatalá. Sou privilegiado e de eles deve aprender muito, lições para uma vida cada vez mais só e dedicada a eles.

Ora ié ié Oxúm

terça-feira, 10 de julho de 2012

Obatálá



Quem conhece as religiões africanas,nomeadamente o candomblé, sabe que todos somos regidos por Orixás. Podemos ter mais, podemos ter menos, mas todos temos pelos menos 2 Santos que por nós olham. Hoje falarei um pouco de um dos que por mim olham e regem. 


Diz a wikipédia: 
"Obatalá é o filho direto de Olorun o criador do universo. Depois de criado o universo e a terra em específico; depois de milhares de anos resolveu dar vida a terra e enviou seu filho directo "Obatalá" para esse fim à terra que até então era composta de água. Vindo com o saco da criação Obatalá trouxe consigo uma galinha d'angola que foi responsável por espalhar a terra sobre as águas, dando desta maneira forma à terra sobre a água, depois de criado os montes etc... Obatalá criou os vegetais, animais e por ultimo da própria criação "terra" com ajuda de Nanã moldou o ser humano com o barro e com seu sopro deu vida ao ser humano. Por isso quando as pessoas têm um grande problema de saúde é a este Orixá que se pode recorrer; claro que dependendo do tipo de doença que seja, podemos recorrer também a outros Orixás. Obatalá é quem rege tudo o que é branco sobre a terra em todo sentido da palavra; pureza. 
Obatalá - Oba (rei) alá (branco)
Òsàlá - Palavra de origem árabe, mais precisamente de inshalla, com o signifcado de "se Deus quiser, se Deus o permitir".
Orisa-Nla, Orisala ou (Orixalá e Oxalá em português) é o primeiro Orisa Funfun nascido diretamente de Olorun (DEUS) (tudo desses orixás é de cor branca)."

Esta é apenas uma das muitas lendas acerca de um dos mais importante Orixás. Reza também a lenda que os filhos de cada Orixá têm características demasiado ligadas à personalidade de cada um deles. As características que Orixá Obatálá passa as seus filhos serão:

Benevolente, paternal, é sábio, calmo, teimoso, reservado, obstinado, tolerante, paciente e age em silêncio. É lento, frio, fechado. São dignos de confiança, mesmo em dificuldades insistem em seus planos e projetos. Nunca esquecem uma ofensa, traição, mas sabem aceitar seus resultados. É frágil, delicado, friorento, sujeito-a resfriados. Compensa sua debilidade física com grande força moral, e seu alvo à realizar a condição humana no que tem de mais nobre. É fiel no amor e na amizade.

Confesso que tenho algumas destas características e quem me é chegada certamente as reconhecerá. Seremos sempre as pessoas erradas para nos avaliarmos, mas sabemos o que sentimos. E o que sinto quando sinto a presença de meu Pai Obatálá é indescritível, não o conseguimos transmitir por palavras e o mais perto que conseguimos chegar é dizer que sentimos como se toda a paz no mundo se tivesse abatido sobre nós, e nos desse asas para sermos livres e felizes. Eu dia poderemos ser um só.....

Epá Bábá

Maferefun Bábá Obatálá

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A beleza de um Iaô






"Feitura de santo é um termo usado nos terreiros de candomblé, que significa a iniciação de alguém ao culto dos orixás.
Iniciação no candomblé.
A iniciação é um rito de passagem, uma morte simbólica que transforma um homem comum em um instrumento do Orixá, em "elegun" um Iaô, pessoa sujeita ao transe de possessão, a emprestar seu corpo para que Orixá viva entre nós mais uma vez, por um período de horas ou dias.
O iniciando passa por ritos complexos, que simbolizam uma volta ao útero da Mãe Terra, de onde renascerá, não um homem comum, mas o instrumento de um Orixá, que por sua boca e seu corpo falará e se manifestará, aumentando assim seu conhecimento e o de todos os outros crentes." In Wikipédia


A iniciação é um momento lindo. A beleza do silêncio, da devoção a um Orixá bate até grandeza de um céu azul ou das ondas do mar. Uma vida ligada ao Candomblé será sempre uma vida feliz, e como tal tem de começar com uma iniciação que, embora não sendo fácil, proporciona a beleza e felicidade que todos procuramos. Tive o prazer de assistir e ajudar numa iniciação e hoje sei, que quando o meu dia chegar, posso partir feliz e sorridente, pois assisti à chegada da bênção sobre meus irmão.