quarta-feira, 20 de julho de 2011

A vida terrena




Nasceu em 10 de fevereiro de 1894. Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras. Sucessora de sua mãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet. Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá do terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.
O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, foi transferido para o bairro da Federação. Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem conveniente numa época em que o candomblé era perseguido pelas forças da ordem.Maria Escolástica foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino. “Não sei quem pôs em mim o nome de Menininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o candomblé com todos desde os seis anos”. Foi iniciada no culto dos orixás de Keto aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de baptismo, Pulchéria Maria da Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê - em referência à sua posição hierárquica, Iyá kekerê (Mãe pequena). Menininha seria sua sucessora na função de Iyalorixá do Gantois. Com a morte repentina de Mãe Pulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparava para assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois.
"Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinha um medo horroroso da missão (...): passar a vida inteira inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada, guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento."
Em 1922, através do jogo de búzios, os orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluaiyê confirmaram a escolha de Menininha, então com 28 anos. Em 18 de Fevereiro daquele ano, ela assume definitivamente o terreiro. "Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar", contava.
A partir da década de 1930, a perseguição ao candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes, condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22 horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições. "Isso é uma tradição ancestral, doutor", ponderava a ialorixá diante do chefe da Delegacia de Jogos e Costumes. "Venha dar uma olhadinha o senhor também."
Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos - uma abertura que, em muitos terreiros, ainda é vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970. "Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele se transformasse num espetáculo para turistas", analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia. Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres, inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do candomblé.[4]
Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem. “Meu marido, quando me conheceu, sabia que eu era do candomblé… A gente viveu em paz porque ele passou a gostar de Candomblé. Mas, quando fui feita Iyalorixá, passamos a morar separados. No meu terreiro, eu e minhas filhas. Marido não. Elas nasceram aqui mesmo”.
Mãe Menininha do Gantois faleceu de causas naturais, aos 92 anos de idade.

in Wikipédia

Existem pessoas que vêm ao mundo terreno apenas com a missão de nos ensinarem, de nos fazerem entender que a vida, é mais do que dinheiro, poder, e riqueza. Devemos sempre lembrar de quem precisa e ajudar quem nos procura a ter uma vida melhor e mais feliz. Mãe Menininha quase se confunde com o própria religião, ajudou a crescer, e a fazer da ancestralidade do candomblé o que é hoje. Preservemos todos os ensinamentos que ela nos trouxe



terça-feira, 19 de julho de 2011

Macumba????


“A primeira definição de Macumba que se encontra em qualquer dicionário é de: antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante); e Macumbeiro é o tocador desse instrumento.”

Ora este instrumento era usado e ainda se encontram casas, terreiros que usam este mesmo instrumento nas suas giras. Durante muitos anos e devido a utilização deste instrumento, era costume ouvir entre frequentadores de terreiros, “vou á macumba”, “vou ver a macumba”, usados numa frase que tinha como sentido dar a indicação que iam cultuar a sua fé e as entidades que protegiam a casa onde se dirigiam, ouvindo e recebendo a sua energia positiva, para que a usassem da melhor forma

Infelizmente hoje em dia, o termo é usado para se referir a bruxaria e feitiçaria e fazem essa associção aos cultos afro, como a Umbanda e o Candomblé. Nada mais errado, esta associação. Um terreiro é a cara da pessoa que o dirige, de quem o frequenta quer como médium, quer como mero assistente na gira, e claro das maravilhosas entidades que ajudam quem de facto precisa.
Jamais uma casa séria, de gente respeitável e de sobretudo de fé, se pratica bruxaria, feitiçaria ou o quer que seja com objectivo de prejudicar quem quer que seja, jamais volto a repetir. Claro que existe gente sem escrúpulos que o pode fazer, mas será que também não existe gente dessa estirpe noutras religiões? Claro que existe, como disse um dia Pai Agenor de Miranda, todas as religiões são boas, os seus praticantes é que a podem fazer ir para o caminho errado.

Lembram-se antes de apontar o quer que seja, que a cor usado em festas, giras de Umbanda é Candomblé é o branco, a cor da pureza, da bondade. Qualquer uma destas religiões apregoa a igualdade e a fé, e um homem de fé apenas procura o bem e nunca o mal.....

Axé


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Desmistificando Exú



Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, mundo material e espiritual, seja plenamente realizada.

No entanto, como tudo no universo, possui de um modo geral dois lados, ou seja: positivo e negativo. Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu carácter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas acções e atitudes.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objectivo supervisionar as actividades do mercado do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Exu tem a capacidade de ser o mais subtil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”. E assim é Exu, o orixá que faz: O erro virar acerto e o acerto virar erro.

Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas actividades. Actividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele actuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos.

No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes Orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas, é saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimónia ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.
É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos
Exu recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô, Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião das porteiras), Lonan (guardião dos caminhos), Iná (reverenciado na cerimónia do padê).
A segunda-feira é o dia da semana consagrado a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto; seu símbolo é o ogó (bastão com cabaças que representa o falo); suas contas e cores são o preto e o vermelho; as oferendas são bodes e galos, pretos de preferência, e aguardente, acompanhado de comidas feitas no azeite de dendê. Aconselha-se nunca lhe oferecer certo tipo de azeite, o Adí, por ser extraído do caroço e não da polpa do dendê e portar a violência e a cólera. Sua saudação é "Larôye!" que significa o bem-falante e comunicador.
Consiste o padê em um prato de farofa amarela, acaçá, azeite-de-dendê e um copo de água ou cachaça, que são “arriados” para Exu.

Em termos mais práticos e usando um exemplo (espero que meu Pai Exú não leve a mal) imaginemos o mundo espiritual como uma discoteca. Exú é o porteiro. Porteiro encarregue por decidir e nos encaminhar para o local que pretendemos. Exú leva as nossas oferendas e pedidos, zelando que tudo corre bem.

Como vêm Exú é como foi referido o Orixá mais parecido com o ser humano, e se ainda continuam a achar que ele é do demónio, então todos nós somos o demónio

Larôye meu Pai

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nunca desistir

Uma noite eu tive um sonho....

Sonhei que estava a andar na praia, com o Senhor e através do Céu, passavam flashes da minha vida.

Por cada cena que passava, via as pegadas na areia, umas minhas outras eram do Senhor....

Quando a última cena da minha vida passou por nós, olhei para as pegadas na areia...

Reparei que muitas vezes, no caminho que era a minha vida, havia por vezes apenas um par de pegadas na areia...

Notei que isso acontecia sobretudo nos momentos difíceis da minha vida

Isso deixou intrigado, e perguntei ao Senhor:

-Senhor, Tu me haveis dito que se Te seguisse, Tu andarias sempre comigo, em toda a minha jornada....

No entanto notei que nos momentos de maior aflição da minha vida, apenas havia na areia um par de pegadas, não compreendo porquê...

Na hora em que mais precisava, haveis me deixado? Porquê Senhor?

O Senhor respondeu:

-Meu precioso filho, jamais te deixaria nas horas da tua provação e do teu sofrimento....

Viste por alturas um par de pegadas, porque foi precisamente nessa altura que Eu te carreguei em

Meus Braços!!!

Fé é saber que jamais estaremos desamparados, seja ela Umbanda, Islão, Católica, Candomblé, Budismo, Hinduísmo, sempre que precisamos e acreditamos recebemos ajuda. Nas alturas mais difíceis somos providenciados com amparo. Erguemos as mãos para apoiar e ajudar o próximo, sejamos caridosos com quem precisa.

Todas as religiões, principalmente as que defendem "o branco" são caridade e bondades, nunca nos esqueçamos

terça-feira, 12 de julho de 2011

Infelizmente uma verdade



Jamais devemos esquecer de que o que é falado para amigos, conhecidos,familiares ou até a assistência de um terreiro, também por nós deve ser praticado. De nada serve falar em pureza, na luz, e no branco se queremos viver sujos, no escuro e enredados pelo preto.


"Entre todos os terreiros espalhados por este país e pelo mundo, podemos encontrar casas cheias de “médiuns”, todos, ou quase todos, presentes no dia de sessão, afim de cumprir, por mais uma vez sua missão.

Entretanto, podemos identificar facilmente dois grandes grupos de Umbandistas:

O UMBADISTA VERDADEIRO e O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA.

Apesar de ser impossível verificar apenas na aparência em qual grupo determinado médium se encontra, as atitudes, os pensamentos, a preparação do adepto deixa claro sua classificação. Essa classificação deve ser feita intimamente por cada um que se diz “Umbandista”, colocando em uma balança seus atos.

Mas, genericamente, podemos defini-los dessa forma:

O UMBADISTA VERDADEIRO , não deixa de ser umbandista quando os atabaques do terreiro silenciam. Ele continua vivenciando sua religião mesmo fora do templo sagrado. Pois sabe que é aqui fora que se deve por em prática todo o ensinamento dados pelos guias na sessão.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA, além de reclamar da duração do trabalho, pois é cansativo ficar em pé algumas horas a cada semana, ou a cada quinze dias, deixa de ser umbandista com o término dos trabalhos. Não vê a hora de ir embora e voltar para sua rotina habitual. Quando indagado sobre sua religião, tem vergonha, esconde, mente ser de outra, e não faz questão nenhuma de por em prática aquilo que aprendeu.

O UMBADISTA VERDADEIRO é aquele que se orgulha de sua religião, não teme assumi-la publicamente, ou ajudar aquele que precisa. É aquele médium interessado, que sempre busca aprender mais, questionar mais, buscando compreender melhor como funciona sua religião e a espiritualidade.

O UMBADISTA VERDADEIRO tem amor à sua casa religiosa, pois entende que é nesse solo sagrado que seus Orixás e seus guias se manifestam, além de ser uma escola onde desenvolve sua mediunidade e aperfeiçoa sua moral. Busca auxiliá-la em tudo que precisa, tem zelo, tem capricho.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA lembra-se de seu terreiro apenas nos dias de sessões, e não se preocupa se tudo está em ordem, ou se a casa encontra-se em bom estado, pois, apenas quer “ficar” aquelas horas ali e ir embora.

O UMBADISTA VERDADEIRO conta os dias para que chegue a próxima sessão. Programa sua vida incluindo os dias de trabalho, para que nenhum evento ocorra nesse dia, pois, trata-se de um dia sagrado. E quando chega o dia, o Umbandista verdadeiro desde o momento em que acorda, já está em sintonia com o astral superior, evitando o consumo de bebidas alcoólicas e fumo e fazendo seu banho de descarga, pois sabe que os irmãos espirituais já estão agindo em seu templo e em sua matéria. Precisa estar bem, para socorrer aqueles que lá estarão precisando de auxílio.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA quando nota que naquele fim de semana terá sessão, já faz cara feia e pensa “não acredito, isso de novo! Nem deu para descansar”. Qualquer motivo é motivo para não ir ao terreiro. Se o tempo está frio, chuvoso ou muito quente, não vai. Se “não está afim” arruma qualquer desculpa e não vai. Se espirrar, se pegar uma gripe ou resfriado leve, também não vai. E esquece-se, que muitos irmãos doentes procuram nossas casas em busca de alívio para seus males. Qual seria a lógica de um filho de fé não ir, se seria essa a oportunidade de encontrar sua cura? O Umbandista de fim de semana no dia de sessão age como se fosse mais um dia comum. Cultiva vícios, más palavras, más atitudes e intrigas. Não tem noção de que a espiritualidade já está agindo e que seu comportamento prejudica seriamente seu desenvolvimento.

O UMBADISTA VERDADEIRO realmente acredita naquilo que professa. Sabe que a espiritualidade está em todos os lugares e tudo que faz, faz com fé e amor, pois tem a certeza que os espíritos estão ali e irão, de alguma forma, auxiliá-lo, mesmo não sendo da maneira que ele esperava. Não se desespera com as provações, com os contratempos, com as peripécias da vida, pois sabe que é nos momentos difíceis que realmente somos lapidados.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA duvida do que professa. Não tem certeza das manifestações. É aquele que acredita que sendo Umbandista, nunca mais terá problema de saúde, que nunca mais terá problemas financeiros. Quando tais problemas aparecem, revolta-se e mais uma vez põe em dúvida sua religião. É aquele que acredita serem as entidades verdadeiros “gênios da lâmpada”, que tudo que ele pedir e quiser, elas terão que dar. Acredita que não haverá mais contratempo e que não passará por provações, pois as “entidades não vão deixar ele sofrer”.

E você? Em qual grupo de Umbandista está?

Se está na dos Umbandistas Verdadeiros, parabéns, continua buscando o aperfeiçoamento de sua fé e cumprindo sua missão.

Mas, se você está no grupo dos Umbandistas de fim de semana, é sinal que algo em sua vida está errado. Ainda é tempo de mudar! Aproveite essa oportunidade, pois o Reino de Oxalá é grandioso e iluminado, mas temos que merecer estar lá. Todos podem lá chegar, desde que façam sua “reforma íntima”, mudando a maneira de agir e de pensar, confiando mais naquilo que professa, cultivando as coisas positivas, buscando a elevação e entendendo que a Umbanda é a oportunidade que Deus nos deu para corrigir nossos defeitos, livrar-nos de nossos vícios e alcançar o progresso espiritual.


Fonte:TENDA DE UMBANDA "FILHOS DA VOVÓ RITA"