sábado, 29 de outubro de 2011
Eu e o Candomblé
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Meu PAI
Jose Mendes Ferreira Geleju Adelabu III, tetraneto de Zumbi dos Palmares, nasceu em um bairro periférico do Município de União dos Palmares, Estado de Alagoas, conhecido como Moquém.
Sua arvore Genealógica inicia-se com:
Soba (Rei) Gungardin, nascido em Janga - Angola África, casado com a Princesa Cuxica nascida em Benguela Angola – África.
Ganga Zumba, nascido na Serra dos Macacos, em União dos Palmares – Alagoas, casado com a Princesa Alaquetuche, filha do Rei da Guiné.
Soba (Rei) Zumbi dos Palmares, casado com a Princesa africana Ade Lola da Cidade de Ijebu Ode uma cidade do estado de Ogun, na Nigéria – África. E com a branca fazendeira Maria Paim, a que consta na historia. Com a Princesa Ade Lola teve cinco filhos entre eles a minha trisavò:
Zimba Gana, princesa brasileira conhecida como Dandara, nascida em 1758.
Bisavô – Soba (Rei) Jumbela Adelabu Gana, casado com a índia Jupira.
Avô – Onoyo Geleju Jamba Gana 1860, casado com a Princesa Isabel Olamio Jamba Geleju.
Meu Pai – Soba (Rei) Manoel Mendes Ferreira, cujo nome africano é Manoel Geleju Adelabú Jamga – 1893.
Materna:
Tetravó – Índia Muira Ubi, batizada como Dona Maria do Espírito Santo do Arco Verde, filha do cacique Velho Tabajara, casada com Dom Jerônimo de Albuquerque, cunhado de Dom Duarte Coelho Pereira, Governador da Capitania Hereditária
Trisavô – Cacique Jubelo Quixaba, índio da Tribo Panagaba
Bisavô – Cacique Carbonel da tribo Caeteés, casado com a índia Chi-Chui
Avô–Cacique Enael Gajuru, da tribo Caetés.
Mãe – Domingas Agaphyto Mendes, nome indígena Flor Bela do Açaí,
Casou-se com o princepe africano Soba Manoel Geleju Jamba, batizado com o nome de Manoel Mendes Ferreira.
Jose Mendes Ferreira, menino pobre, que saiu do Quilombo dos Palmares, com Hum ano de idade, dentro de um casuá (cesto) no lombo de um burrico, puxado pelos seus pais, perambulando em busca de uma vaga de trabalho nos engenhos das usinas açucareiras de Alagoas.
Durante a sua infância foi descoberta a sua paranormalidade e o dom para ser sacerdote do culto aos ancestrais os Orixás. De onde tem tido uma exemplar atuação, de reconhecimento internacional, onde construiu templos em vários Países do Continente Europeu Pois em sua trajetória religiosa, teve como mentores Tia Marcelina, Mestre Felix, Mestre Aurélio, Mestre Foguinho, Manoel Geleju que veio da áfrica ao Brasil em companhia do Pai Adão, este Alagoanos estão retratados no museu de Maceió. Na adolescência foi iniciado no Baturité por Mestre Berílio Gomes, Iniciado no Culto Dahomeano no Vodun Loko por Nicolau Tolentino de Meneses da cidade de Cachoeira de São Felix Bahia. Iniciado na Cultura Jeje Poço Beta, por Manoel Victorino da Costa (Manoel Falefá), no bairro de São Caetano, Bahia. Com a morte de Falefá, foi iniciado na cultura Ketú por Maria Escolástica de Nazaré (Mãe Menininha dos Gantois) e Manoel Cerqueira de Amorin. Ecerrando sua trajetória religiosa no Brasil com a Iyalorixa Regina Pereira Sauze Bogbose Abitiku.
Iniciado no Culto de Egungun Noko na Nigéria África, consagrando-se Oluwô do culto Awó (Iyamim Osorongá).
Iniciado sacerdote do Vodun do Haiti pela sacerdotisa Haitiana Ângela Gromambo, onde fundou o culto ao Vodun no Brasil.
Para aprimorar seus conhecimentos acompanhado pelo adido cultura da Embaixada da Nigéria, mudou-se para África por 8 anos, onde foi iniciado no culto de Ifá, babalawô (Padre) em seguia Oluwô (Bispo), Adbonã (Cardeal) por ultimo Arabá (Papa ou Sumo Sacerdote).
Cursou o ensino Fundamental na Cidade de Utinga Leão no estado de Alagoas
Cursou o ensino Médio na Colégio Dom Bosco, em São Paulo,
Cursou Enfermagem no Instituto Cientifico de Química na Cidade de Rio de Janeiro.
Cursou o curso de Protético no Instituto Técnico de Iniciação Profissional na Cidade do Rio de Janeiro.
Cursou Odontologia – Faculdade de Odontologia do Triangulo Mineiro.
Cursou Teologia – (Ancestral Religion) Universidade de Osogbo Ogun State- Nigéria.
É, Dr em Biopsicoenergetica pela Univerdidad de Biopsicoenergetica La Argentina.
Doctor Socil Sciences pela Universitas Internationalis Studiorun Superiorum - Pró Déo.
PHD – Philosofy Doctor on African Religions – International Biopsychoenergetics University of North America- Ibuna - Flórida USA.
Professor do idioma africano Iyorubá.
Aqui fica a apresentação de meu, Pai Mendes de quem tenho orgulho em puder dizer que sou seu filho, e que muito aprendi/aprendo com ele. Será certamente o melhor sacerdote da religião que alguma vez existiu. É juntamente com Mãe Menininha e Mãe Senhora, uma das pessoas que mais fez pela religião. A sua personalidade faz com que tenhamos além de um pai, um bom amigo.
Garafá Bábá
quarta-feira, 20 de julho de 2011
A vida terrena
Nasceu em 10 de fevereiro de 1894. Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras. Sucessora de sua mãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet. Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá do terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.
O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, foi transferido para o bairro da Federação. Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem conveniente numa época em que o candomblé era perseguido pelas forças da ordem.Maria Escolástica foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino. “Não sei quem pôs em mim o nome de Menininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o candomblé com todos desde os seis anos”. Foi iniciada no culto dos orixás de Keto aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de baptismo, Pulchéria Maria da Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê - em referência à sua posição hierárquica, Iyá kekerê (Mãe pequena). Menininha seria sua sucessora na função de Iyalorixá do Gantois. Com a morte repentina de Mãe Pulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparava para assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois.
"Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinha um medo horroroso da missão (...): passar a vida inteira inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada, guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento."
Em 1922, através do jogo de búzios, os orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluaiyê confirmaram a escolha de Menininha, então com 28 anos. Em 18 de Fevereiro daquele ano, ela assume definitivamente o terreiro. "Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar", contava.
A partir da década de 1930, a perseguição ao candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes, condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22 horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições. "Isso é uma tradição ancestral, doutor", ponderava a ialorixá diante do chefe da Delegacia de Jogos e Costumes. "Venha dar uma olhadinha o senhor também."
Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos - uma abertura que, em muitos terreiros, ainda é vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970. "Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele se transformasse num espetáculo para turistas", analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia. Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres, inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do candomblé.[4]
Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem. “Meu marido, quando me conheceu, sabia que eu era do candomblé… A gente viveu em paz porque ele passou a gostar de Candomblé. Mas, quando fui feita Iyalorixá, passamos a morar separados. No meu terreiro, eu e minhas filhas. Marido não. Elas nasceram aqui mesmo”.
Mãe Menininha do Gantois faleceu de causas naturais, aos 92 anos de idade.
in Wikipédia
Existem pessoas que vêm ao mundo terreno apenas com a missão de nos ensinarem, de nos fazerem entender que a vida, é mais do que dinheiro, poder, e riqueza. Devemos sempre lembrar de quem precisa e ajudar quem nos procura a ter uma vida melhor e mais feliz. Mãe Menininha quase se confunde com o própria religião, ajudou a crescer, e a fazer da ancestralidade do candomblé o que é hoje. Preservemos todos os ensinamentos que ela nos trouxe
terça-feira, 19 de julho de 2011
Macumba????
“A primeira definição de Macumba que se encontra em qualquer dicionário é de: antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante); e Macumbeiro é o tocador desse instrumento.”
Ora este instrumento era usado e ainda se encontram casas, terreiros que usam este mesmo instrumento nas suas giras. Durante muitos anos e devido a utilização deste instrumento, era costume ouvir entre frequentadores de terreiros, “vou á macumba”, “vou ver a macumba”, usados numa frase que tinha como sentido dar a indicação que iam cultuar a sua fé e as entidades que protegiam a casa onde se dirigiam, ouvindo e recebendo a sua energia positiva, para que a usassem da melhor forma
Infelizmente hoje em dia, o termo é usado para se referir a bruxaria e feitiçaria e fazem essa associção aos cultos afro, como a Umbanda e o Candomblé. Nada mais errado, esta associação. Um terreiro é a cara da pessoa que o dirige, de quem o frequenta quer como médium, quer como mero assistente na gira, e claro das maravilhosas entidades que ajudam quem de facto precisa.
Jamais uma casa séria, de gente respeitável e de sobretudo de fé, se pratica bruxaria, feitiçaria ou o quer que seja com objectivo de prejudicar quem quer que seja, jamais volto a repetir. Claro que existe gente sem escrúpulos que o pode fazer, mas será que também não existe gente dessa estirpe noutras religiões? Claro que existe, como disse um dia Pai Agenor de Miranda, todas as religiões são boas, os seus praticantes é que a podem fazer ir para o caminho errado.
Lembram-se antes de apontar o quer que seja, que a cor usado em festas, giras de Umbanda é Candomblé é o branco, a cor da pureza, da bondade. Qualquer uma destas religiões apregoa a igualdade e a fé, e um homem de fé apenas procura o bem e nunca o mal.....
Axé
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Desmistificando Exú
Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, mundo material e espiritual, seja plenamente realizada.
No entanto, como tudo no universo, possui de um modo geral dois lados, ou seja: positivo e negativo. Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu carácter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas acções e atitudes.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objectivo supervisionar as actividades do mercado do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Exu tem a capacidade de ser o mais subtil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”. E assim é Exu, o orixá que faz: O erro virar acerto e o acerto virar erro.
Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas actividades. Actividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele actuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos.
No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes Orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas, é saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimónia ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.
É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos
Exu recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô, Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião das porteiras), Lonan (guardião dos caminhos), Iná (reverenciado na cerimónia do padê).
A segunda-feira é o dia da semana consagrado a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto; seu símbolo é o ogó (bastão com cabaças que representa o falo); suas contas e cores são o preto e o vermelho; as oferendas são bodes e galos, pretos de preferência, e aguardente, acompanhado de comidas feitas no azeite de dendê. Aconselha-se nunca lhe oferecer certo tipo de azeite, o Adí, por ser extraído do caroço e não da polpa do dendê e portar a violência e a cólera. Sua saudação é "Larôye!" que significa o bem-falante e comunicador.
Consiste o padê em um prato de farofa amarela, acaçá, azeite-de-dendê e um copo de água ou cachaça, que são “arriados” para Exu.
Em termos mais práticos e usando um exemplo (espero que meu Pai Exú não leve a mal) imaginemos o mundo espiritual como uma discoteca. Exú é o porteiro. Porteiro encarregue por decidir e nos encaminhar para o local que pretendemos. Exú leva as nossas oferendas e pedidos, zelando que tudo corre bem.
Como vêm Exú é como foi referido o Orixá mais parecido com o ser humano, e se ainda continuam a achar que ele é do demónio, então todos nós somos o demónio
Larôye meu Pai
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Nunca desistir
Uma noite eu tive um sonho....
Sonhei que estava a andar na praia, com o Senhor e através do Céu, passavam flashes da minha vida.
Por cada cena que passava, via as pegadas na areia, umas minhas outras eram do Senhor....
Quando a última cena da minha vida passou por nós, olhei para as pegadas na areia...
Reparei que muitas vezes, no caminho que era a minha vida, havia por vezes apenas um par de pegadas na areia...
Notei que isso acontecia sobretudo nos momentos difíceis da minha vida
Isso deixou intrigado, e perguntei ao Senhor:
-Senhor, Tu me haveis dito que se Te seguisse, Tu andarias sempre comigo, em toda a minha jornada....
No entanto notei que nos momentos de maior aflição da minha vida, apenas havia na areia um par de pegadas, não compreendo porquê...
Na hora em que mais precisava, haveis me deixado? Porquê Senhor?
O Senhor respondeu:
-Meu precioso filho, jamais te deixaria nas horas da tua provação e do teu sofrimento....
Viste por alturas um par de pegadas, porque foi precisamente nessa altura que Eu te carreguei em
Meus Braços!!!
Fé é saber que jamais estaremos desamparados, seja ela Umbanda, Islão, Católica, Candomblé, Budismo, Hinduísmo, sempre que precisamos e acreditamos recebemos ajuda. Nas alturas mais difíceis somos providenciados com amparo. Erguemos as mãos para apoiar e ajudar o próximo, sejamos caridosos com quem precisa.
Todas as religiões, principalmente as que defendem "o branco" são caridade e bondades, nunca nos esqueçamos
terça-feira, 12 de julho de 2011
Infelizmente uma verdade
Jamais devemos esquecer de que o que é falado para amigos, conhecidos,familiares ou até a assistência de um terreiro, também por nós deve ser praticado. De nada serve falar em pureza, na luz, e no branco se queremos viver sujos, no escuro e enredados pelo preto.
"Entre todos os terreiros espalhados por este país e pelo mundo, podemos encontrar casas cheias de “médiuns”, todos, ou quase todos, presentes no dia de sessão, afim de cumprir, por mais uma vez sua missão.
Entretanto, podemos identificar facilmente dois grandes grupos de Umbandistas:
O UMBADISTA VERDADEIRO e O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA.
Apesar de ser impossível verificar apenas na aparência em qual grupo determinado médium se encontra, as atitudes, os pensamentos, a preparação do adepto deixa claro sua classificação. Essa classificação deve ser feita intimamente por cada um que se diz “Umbandista”, colocando em uma balança seus atos.
Mas, genericamente, podemos defini-los dessa forma:
O UMBADISTA VERDADEIRO , não deixa de ser umbandista quando os atabaques do terreiro silenciam. Ele continua vivenciando sua religião mesmo fora do templo sagrado. Pois sabe que é aqui fora que se deve por em prática todo o ensinamento dados pelos guias na sessão.
O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA, além de reclamar da duração do trabalho, pois é cansativo ficar em pé algumas horas a cada semana, ou a cada quinze dias, deixa de ser umbandista com o término dos trabalhos. Não vê a hora de ir embora e voltar para sua rotina habitual. Quando indagado sobre sua religião, tem vergonha, esconde, mente ser de outra, e não faz questão nenhuma de por em prática aquilo que aprendeu.
O UMBADISTA VERDADEIRO é aquele que se orgulha de sua religião, não teme assumi-la publicamente, ou ajudar aquele que precisa. É aquele médium interessado, que sempre busca aprender mais, questionar mais, buscando compreender melhor como funciona sua religião e a espiritualidade.
O UMBADISTA VERDADEIRO tem amor à sua casa religiosa, pois entende que é nesse solo sagrado que seus Orixás e seus guias se manifestam, além de ser uma escola onde desenvolve sua mediunidade e aperfeiçoa sua moral. Busca auxiliá-la em tudo que precisa, tem zelo, tem capricho.
O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA lembra-se de seu terreiro apenas nos dias de sessões, e não se preocupa se tudo está em ordem, ou se a casa encontra-se em bom estado, pois, apenas quer “ficar” aquelas horas ali e ir embora.
O UMBADISTA VERDADEIRO conta os dias para que chegue a próxima sessão. Programa sua vida incluindo os dias de trabalho, para que nenhum evento ocorra nesse dia, pois, trata-se de um dia sagrado. E quando chega o dia, o Umbandista verdadeiro desde o momento em que acorda, já está em sintonia com o astral superior, evitando o consumo de bebidas alcoólicas e fumo e fazendo seu banho de descarga, pois sabe que os irmãos espirituais já estão agindo em seu templo e em sua matéria. Precisa estar bem, para socorrer aqueles que lá estarão precisando de auxílio.
O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA quando nota que naquele fim de semana terá sessão, já faz cara feia e pensa “não acredito, isso de novo! Nem deu para descansar”. Qualquer motivo é motivo para não ir ao terreiro. Se o tempo está frio, chuvoso ou muito quente, não vai. Se “não está afim” arruma qualquer desculpa e não vai. Se espirrar, se pegar uma gripe ou resfriado leve, também não vai. E esquece-se, que muitos irmãos doentes procuram nossas casas em busca de alívio para seus males. Qual seria a lógica de um filho de fé não ir, se seria essa a oportunidade de encontrar sua cura? O Umbandista de fim de semana no dia de sessão age como se fosse mais um dia comum. Cultiva vícios, más palavras, más atitudes e intrigas. Não tem noção de que a espiritualidade já está agindo e que seu comportamento prejudica seriamente seu desenvolvimento.
O UMBADISTA VERDADEIRO realmente acredita naquilo que professa. Sabe que a espiritualidade está em todos os lugares e tudo que faz, faz com fé e amor, pois tem a certeza que os espíritos estão ali e irão, de alguma forma, auxiliá-lo, mesmo não sendo da maneira que ele esperava. Não se desespera com as provações, com os contratempos, com as peripécias da vida, pois sabe que é nos momentos difíceis que realmente somos lapidados.
O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA duvida do que professa. Não tem certeza das manifestações. É aquele que acredita que sendo Umbandista, nunca mais terá problema de saúde, que nunca mais terá problemas financeiros. Quando tais problemas aparecem, revolta-se e mais uma vez põe em dúvida sua religião. É aquele que acredita serem as entidades verdadeiros “gênios da lâmpada”, que tudo que ele pedir e quiser, elas terão que dar. Acredita que não haverá mais contratempo e que não passará por provações, pois as “entidades não vão deixar ele sofrer”.
E você? Em qual grupo de Umbandista está?
Se está na dos Umbandistas Verdadeiros, parabéns, continua buscando o aperfeiçoamento de sua fé e cumprindo sua missão.
Mas, se você está no grupo dos Umbandistas de fim de semana, é sinal que algo em sua vida está errado. Ainda é tempo de mudar! Aproveite essa oportunidade, pois o Reino de Oxalá é grandioso e iluminado, mas temos que merecer estar lá. Todos podem lá chegar, desde que façam sua “reforma íntima”, mudando a maneira de agir e de pensar, confiando mais naquilo que professa, cultivando as coisas positivas, buscando a elevação e entendendo que a Umbanda é a oportunidade que Deus nos deu para corrigir nossos defeitos, livrar-nos de nossos vícios e alcançar o progresso espiritual.
Fonte:TENDA DE UMBANDA "FILHOS DA VOVÓ RITA"
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Fé
Talvez um dia todos compreendamos o significado deste dia. A sua ressurreição foi feita para o reino de Deus, reino esse onde todos ambicionamos chegar para jamais voltar.
Dentro de uma vida existem várias fases, fases de desespero, tristeza,sofrimento, mas também fazes de amor, felicidade, êxtase. Em todas elas não devemos esquecer quem nos acompanha, nos carrega nos guia,jamais devemos perder a fé, pois ela nada somos.
Numa altura tão importante para os cristãos, judeus, e outras religiões, não devemos esquecer os ensinamentos de Jesus Cristo. Devemos-nos preocupar realmente com o importante, e jamais por de lado o amor ao próximo, a vontade de ajudar quem precisa.
Numa altura tão conturbada devemos escutar a nossa fé e praticá-la.....
domingo, 10 de abril de 2011
OGUM ao serviço de JESUS
Ogum é a vontade, os caminhos abertos, a energia propulsora da conquista, o impulso da ação, da
vontade, o poder da fé, a força inicial para que haja a transformação. É o ponto de partida, aquele que está à frente. É a vida em sua plenitude, a vitalidade ferrosa contida no sangue que corre nas veias, a manutenção da vida, a generosidade e a docilidade, a franqueza, a elegância e a liderança.
A energia oriunda da vibração de Ogum pode ser percebida claramente nestas palavras de Jesus:
“A tua fé te curou” (como a imposição das mãos, Ele acionou o poder da vontade de mudar de atitudes e pensamentos).
“Pedi e recebereis! Buscai e achareis! Porque todo aquele que pede,recebe!” , demonstrando que Deus nos dotou de inteligência e capacidade para que superemos nossas dificuldades, recomendando-nos o trabalho, a atividade e o esforço próprio.
Precisamos aprender a pedir, pois costumamos exigir soluções rápidas e eficazes para problemas de ordem material.
Estamos sempre correndo contra o relógio e perdidos entre compromissos assumidos, os quais muitas vezes extrapolam nossa capacidade de cumprir.
Esquecemos de cuidar de nossos sentimentos, de ir ao encontro do que nos realiza e nos dá satisfação interior, das coisas simples da vida.
Se acreditamos em reencarnação, então sabemos que tudo aqui é transitório, que estamos na Terra para evoluir em espírito, para superar a nós mesmos.
O “pedir”, colocado aqui, é no sentido de “receber” da Providência Divina o ânimo, a coragem, as boas idéias, a fim de que possamos crescer e adquirir a paciência necessária para lidar com as nossas imperfeições e com as dos outros.
Cada problema contém em si próprio a solução. Tudo está certo como está, pois tudo tem o seu tempo para mudar, crescer e amadurecer.
Aquilo que não nos cabe resolver “agora”, confiemos em Deus, pois quando estivermos prontos para compreender, tudo se resolverá. Devemos dar o melhor de nós, com ânimo, entusiasmo e confiança, agradecendo a oportunidade da vida.
Ogum representa, portanto, o caminho que precisamos percorrer, aquele caminho solitário para vencer os dragões internos que, na verdade, é o espírito em busca de si mesmo; percorrer o caminho de volta à unicidade com o Pai.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O que significa ser Umbandista
A Umbanda do Brasil representa uma união de esforços colectivos visando a unidade espiritual e por isso abarca a todos indistintamente, não perguntando o que a pessoa crê ou pode doar mas sim apenas o que a pessoa precisa para ser feliz, e apontando os caminhos para ela alcançar esse fim já que a realização humana é uma conquista individual mas contagiante tendo em vista que a humanidade evolui em grupo . É portanto uma ideologia da esperança no trabalho regenerador, que engloba em suas formas ritualísticas os elementos de todas culturas formadoras do povo brasileiro. E com esse seu ecletismo faz renascer a chama dos ideais iluministas abrindo a mente das pessoas para despertar seu potencial natural e estimulando a convivência pacifica, tolerância e convergência, como elementos vivos nas representações básicas de:
Liberdade – representada pela figura ritualística do indígena incorporada sob a forma de caboclo brasileiro. E assim também os ritos umbandistas não tem uma estrutura rígida pois cada casa trabalha enfatizando suas afinidades maiores enquanto grupo ou as chamadas raízes, que reflectem mais a cultura do europeu colonizador branco, do nativo vermelho, ou ainda do negro inserido durante o processo escravagista e hoje tão presente na cultura geral.
Igualdade – representada pela figura dos humildes pretos e pretas velhas que trazem todo peso da tradição africana e a sabedoria adquirida por meio da experimentação. Assim também nos ritos de Umbanda todos os médium na qualidade de intermediários, inclusive os dirigentes, presidentes de tendas ou babalorixás, se nivelam em importância haja vista que a direcção efectiva de todo templo de Umbanda é efectuada pelas entidades espirituais com base em códigos éticos compatíveis com o nível evolutivo da sociedade, e ainda graduadamente impulsionando as pessoas para um maior despertar consciencial ou iluminação.
Fraternidade – representada pela figura das crianças de Umbanda, os puros ou verdadeiros e amorosos, que nos unem em torno de um ideal maior de amor fraterno. E assim também todas unidades terreiro da Umbanda foram se cooperando em organizações solidárias que defendem seus direitos garantindo maior representatividade na sociedade, ecoando a voz dos antes excluídos pelo capitalismo selvagem que privilegia os interesses da elite dominante.
A Umbanda com essa filosofia inclusiva actua como niveladora social onde elementos das diversas classes se unem em harmonia cultuando os ancestrais comuns dos povo brasileiro, e todo seu panteão divino e directivo sob formas que variam de santos católicos, até deuses indígenas e Orixás Africanos, com maior ênfase doutrinária segundo as afinidades da linha mestre de trabalho da casa.
Por fim lembramos do mais controverso personagem dessa saga umbandista, o chamado Exu que como elemento dinâmico representa para o homem moderno, sua capacidade de ascensão e mobilidade social, trazendo ainda à tona a voz reprimida das massas, e expondo do complexo humano seus instintos básicos de sobrevivência que libertos são convertidos em energia criativa. E completando essa representação antagónico mas complementar, enquanto que outras formas ritualísticas se relacionam a infância, maturidade ou senilidade, Exu vem trazendo uma forte relação com o conceito da morte e suas implicações quanto a aplicação da justiça e meritocracia já que a lei da acção e reacção é para todos no reino natural.
Eduardo Parra ( Frater YaBhaktiSwara )